4 de dezembro de 2009

Como as coisas puderam acontecer tão rápido?
Como ela pôde ter se esquecido tanto de si?
Quando ela acordou naquela manhã nublada e fria essas perguntas rodeavam sua cabeça como um slide grotesco e desagradável.
Exatamente um ano antes ela não tinha essas aflições, não tinha nenhuma marca de dor, não tinha sofrido, tinha o controle total de tudo e sobre tudo.
Então como ela pôde ter perdido o controle?
Sentiu saudade de quem ela era, e muitos ao seu redor provavelmente sentiam também.
"Nenhuma ação é desprovida de consequências" tinha ouvido certa vez, porém nunca tinha sentido na pele o real significado daquelas palavras como sentia agora.
Olhou ao redor, sua realidade ainda era a mesma, ainda fazia as mesmas coisas, ainda tinha as mesmas responsabilidades. Seu mundo exterior continuava equilibrado.
Porém seu mundo interior havia sido devastado, estava em ruínas, seus nervos em frangalhos, sua mente em constante divagação.
Até quando poderia suportar?
Já havia se esquecido como era bom sorrir de si mesma.
Mas ainda sorria para o resto do desavisado mundo.
Ainda confraternizava com ele, mesmo sem ter motivos.
Porque viver é uma chance única, e sofrer não era seu fado eterno, sentia isso.
Um dia ela iria acordar novamente e seria um dia diferente, ela iria se esquecer das lembranças que não a faziam bem, afinal ela sempre fez isso, ela superaria.
Mas ela não ia esperar esse dia, ela não tinha paciência para esperar pela bondade do futuro e nem para continuar divertindo o amargo presente.
Quando ela levantou da cama naquele dia nublado, iria fazer tudo diferente.
Iria dar as costas para o passado, não pensaria no futuro, apenas iria em frente.
E quando ela saiu de casa naquela manhã e sentiu o vento gelado batendo em sua face ela teve certeza que iria conseguir.

Um comentário:

renato disse...

Oi, Domingas!

Lindo texto que você nos deu a ler!
Tem razão o futuro é já hoje e temos que encarar a realidade e tratar de tirar os espinhos que nos são colocados!

Pensamentos positivos, serão sempre o melhor conselho para todos nós!

Um beijinho,

Renato