25 de março de 2010

Ela continuou sendo esfinge.
Mesmo não tendo mais enigma algum.
Havia mudado, dilacerado-se.
Contudo, continuava sendo deliciosamente letal.
Não tinha nada, e saboreava a idéia de não ter nada a perder.
Seus olhos eram ígneos.
Seus lábios ignóbeis.
Continuava sua busca por aquela felicidade sobre a qual tanto lera.
Havia sido gravemente machucada, e ainda assim não sabia machucar.
Era muito diferente ao passo de ser também singular.
Percebeu então que não havendo mais enigma, ela mesmo se tornara um.